O
Armário da Carlota
“Um
vestido vermelho para dançar boleros”
Dentro
de um guarda roupas feminino, podem estar guardadas experiências inesquecíveis
que nem mesmo as fotografias conseguem captar por completo: os elementos
precisos para mudar o ânimo e impulsionar a promessa de novos sonhos.
Na
hora de conquistar o mundo, basta recorrer aos cabides, abrir algumas caixas
para reencontrar um casaco, um terninho, uma camiseta: tão especiais que
inclinarão todas as balanças a nosso favor.
As
roupas não são em absoluto inocentes ou neutras. São muito mais de que uma
simples nota de cor ou um detalhe, pois determinam o enredo da história e o
destino das protagonistas e dos personagens. Um broche ou um lenço de seda
podem definir o fim de uma relação.
Pode-se
mudar de identidade simplesmente usando a roupa de outra mulher ou de um homem,
ou abismar-se em um amor platônico pela simples carícia na manga de um paletó
masculino. E um simples fio colorido sobre uma camisa branca pode denunciar uma
infidelidade, ou apostar num vestido vermelho brilhante para começar uma nova
etapa da vida.
Porque
mesmo que não sejam transparentes, cada vestido revela o coração de sua dona e,
como uma segunda pele, pode ser a exteriorização de seu mundo interior.
Amores,
risos, confusões. Muitas alegrias e, porque não, algum desencanto. Cada vez que
abrimos nosso armário nos deparamos com um sem fim de recordações e emoções.
Momentos que estão escritos em nossa roupa, e é com ela que fazemos história.
No ultimo
cabide, atrás de tudo, guardamos aquele “irreproduzível” casaquinho
branco, quase colado no corpo, insinuante, com pequenos botões “nacarados”.
Mesmo que seja imperceptível para qualquer outra pessoa, sabemos que nele
ficaram cativas as horas de uma noite de abraços, alegrias, beijos. Talvez
nunca mais voltemos a usá-lo , mas ele fica ali, Não damos de presente a
alguém, não emprestamos, afinal como não ficar com ele se ainda parece
impecável, colocamos tanto empenho para que o tempo não o deixasse amarelo,
para que ele não perdesse essa mescla de aromas inesquecíveis: É necessário
explicar que ele é muito mais do que uma simples peça de roupa, que é parte da
nossa história?
O tempo, o
acontecer da nossa vida, o tornaram muito mais valioso, Esta roupa pode estar
vinculada a um começo, ou ao contrário, a uma despedida. A uma grande festa ou
a um dia qualquer que em nossa memória tomou a forma do inefável. Muito mais do
que as fotografias, aquilo que vivemos fica a salvo, resguardado nas tramas do
tecido, nas linhas de uma costura, na permanência de uma cor. Preso para a
eternidade no bordado ou na leve prega de um vestido, na roda irregular de uma
saia, dentro do bolso da calça, no calor de um casaco.
Embaixo das
roupas que usamos todos os dias pode sobreviver- um pouco sufocado - aquele xale preto que foi da sua avó e que se
tornou o complemento ideal, sonhado, daquele vestido longo, lindo, de veludo
que adoramos e por ele – se fosse necessário – aceitaríamos duelar.
E nas gavetas, onde guardamos as meias, aparecem aquelas que compramos mil anos atrás em uma viagem. Então, sem querer, lembramos como ficávamos lindas naquela minissaia xadrez e nos perguntamos: porque não voltar a mostrar as pernas? Estes tesouros tão bem guardados nos convidam a nos tornarmos mais audazes. Bendito seja este reencontro!!! Ele acaba de salvar nosso dia!!!
E nas gavetas, onde guardamos as meias, aparecem aquelas que compramos mil anos atrás em uma viagem. Então, sem querer, lembramos como ficávamos lindas naquela minissaia xadrez e nos perguntamos: porque não voltar a mostrar as pernas? Estes tesouros tão bem guardados nos convidam a nos tornarmos mais audazes. Bendito seja este reencontro!!! Ele acaba de salvar nosso dia!!!
Pendurado
num cabide aquele terninho permanece imutável que lembra uma promessa não
cumprida, esse lenço que usamos no ultimo natal com um vestido cheio de flores
e hoje nos devolve toda a alegria dos preparativos de dezembro ou o casaquinho que nos
convoca a ir passear desafiando o frio...
E entusiasmadas com estas descobertas, como se fosse um jogo que nos arrasta e nos faz esquecer todas as nossas obrigações, nos laçamos na busca daquela camiseta que pedimos emprestada – anos passados – a uma prima, a uma amiga, a uma irmã e que fizemos de tudo para não devolver.
E entusiasmadas com estas descobertas, como se fosse um jogo que nos arrasta e nos faz esquecer todas as nossas obrigações, nos laçamos na busca daquela camiseta que pedimos emprestada – anos passados – a uma prima, a uma amiga, a uma irmã e que fizemos de tudo para não devolver.
Recorremos
às diversas texturas – algumas suaves e uniformes outras mais ásperas e
enrugadas – das lãs, das gabardines, do algodão, e das fibras sintéticas, das
rendas, e dos tules, das sedas e da gaze.
São janelas para nossos sentidos, uma viagem rápida ao passado e um porto seguro no nosso presente. Detonante de imagens e reminiscências, sempre associadas a sentimentos e emoções que despertam um sorriso ou permitem que deixemos escapar algumas lágrimas.
São janelas para nossos sentidos, uma viagem rápida ao passado e um porto seguro no nosso presente. Detonante de imagens e reminiscências, sempre associadas a sentimentos e emoções que despertam um sorriso ou permitem que deixemos escapar algumas lágrimas.
Nosso armário, essa caixinha de surpresas e de recordações que nos representa e diz muito de nós mesmas, de nossas experiências. Este tipo de álbum tridimensional, de catálogo dos nossos gostos ao longo do tempo. Guardião das ilusões que se desatam cada vez que compramos ou ganhamos alguma peça de roupa. Espantalho de despedidas, abandonos e tristezas. Extraordinário agitador de riscos e desafios. Ao abrir nosso armário se instalam novos rituais e fantasias atemporais voltam a desatarem-se, nossos desejos. No nosso armário está tudo que necessitamos para transformar nosso humor, para mudar de pele quando necessário. E se não está, bom pretexto para sair e comprar.
Roupas que são detonadoras de transmutações, de uma mudança de direção, de um sobressalto. Casacos, vestidos, calças, terninhos, lenços, camisas, gorros, gravatas: para todos, a uma, ou várias roupas marcam a diferença, ajudam a desenhar o destino dos personagens que criamos todos os dias antes de sair de casa e que quando escolhem certa roupa, elegem mais do que se vestir: reafirmam sua identidade, saem para a conquista do mundo e contra ventos e tempestades, fazem frente à vida.
Nesta trama de linhas e cores, o armário da Carlota te convida a compartilhar desse vinculo tão estreito das mulheres com seus armários contando suas histórias :“ as heranças da avó, aquilo que não emprestamos a ninguém, ou pior, que pedimos emprestado e nunca devolvemos. O vestido que nos faz sentirmos como divas e aqueles a que falta ser um pouco mais retrô para que volte a estar na moda.
A
partir de outubro no O Armário da Carlota vocês poderão apreciar as histórias
dos armários de pessoas muito bacanas, que nos abrirão seus guarda roupas
para falar sobre suas roupas, para se despedirem delas e desejar a próxima dona
que ganhem o mundo com elas: Roupas, conjuntos ou acessórios... Desses que vão
permanecer encantando outras pessoas...
Estão
todas convidadas!!!
Entrem no armário da Carlota e fiquem a vontade!!!!!
Ah, esse vestido vermelho da foto está lá esperando a próxima dona tirá-lo pra dançar
foto de Yuri Vasques
Entrem no armário da Carlota e fiquem a vontade!!!!!
Ah, esse vestido vermelho da foto está lá esperando a próxima dona tirá-lo pra dançar
foto de Yuri Vasques
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